uva passa

quis mandar um coração mas
ultimamente não posso mandar nem sinal de fumaça
que não sei o lado da sua janela

tá com cara que vai chover

Se uma pessoa pensar putaria o tempo inteiro, será possível ela contaminar os pensamentos de quem estiver por perto?

Contaminar parece sujo. É coisa da putaria. Mas nem sempre o sujo fede.
Perdi o fio do novelo, o final do durex. reperguntando:
Se uma pessoa pensar em sexo o tempo inteiro, será que consegue influenciar os pensamentos de quem estiver por perto?

Influenciar também não é a palavra que eu quero. Nem sexo. Sexo aqui eu não quero como palavra. Como ato quero sim. Como ato. Do verbo comer. Quero sim.

Novamete o durex se perde. Incrível como um círculo não tem fim. Ou começo.

Eu ia acabar o texto ali mas me ocorreu outra coisa. Se o durex viesse como a faixa de moebius?

Homônimo

Desde de que saiu do coma, Homônimo tem medo de dormir. Não que ele não durma, dorme sim. Raramente e sempre contra sua vontade. Em sua casa não há camas ou sofás, apenas cadeiras. Cadeiras de madeira, sem braço, sem encosto. Impossível achar uma almofada. Isso seria um problema para as visitas, mas visitas não são um problema para Homônimo. A única pessoa que se atreve naquele apartamento é sua vizinha do final do corredor. Agora não lembro se do 609 ou 610. E definitivamente não lembro seu nome. O que posso dizer sobre ela é que já lhe falta cabelo no topo da cabeça e que seu passatempo preferido é sentar-se em sua cadeira de praia - sempre a tiracolo, do lado de fora da portaria do prédio. Observa transeuntes de Copacabana protegida pelas grades verdes, acompanhada de cigarros de palha. Quando chove pode ser encontrada na casa de seu vizinho Homônimo, onde senta-se confortavelmente em sua cadeira de praia enquanto toma chá. Homônimo toma café.

O retorno da grande fava

Era uma vez, um blog chinês, entrou por uma porta e saiu por três.